quinta-feira, 25 de maio de 2017

A Importância dos primeiros 1000 dias de vida

É nos primeiros 1000 dias de vida que cada célula do corpo está sendo formada e programada.

Os primeiros 1000 dias de vida se referem ao período que vai do primeiro dia de gestação até os 2 anos de idade:
Os Primeiros 1000 Dias
Os Primeiros 1000 Dias de Vida
Esse período é considerado um INTERVALO DE OURO, que pode mudar radicalmente o destino da criança, não apenas em termos biológicos (crescimento e desenvolvimento), mas também em questões intelectuais e sociais. Você já imaginou que suas primeiras decisões têm a possibilidade de influenciar a saúde, as atividades físicas e as habilidades de aprendizado do seu filho? Na gestação, quando uma mãe escolhe se alimentar de uma forma saudável, já está fazendo uma programação genética para a saúde do seu filho na vida adulta.

PRIMEIROS APRENDIZADOS

Por definição, o crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, que pode ser medido em termos de centímetros e metros ou gramas e quilos. Já o desenvolvimento caracteriza-se pela aquisição de novas habilidades – sentar, engatinhar, andar, segurar algo, o desenvolvimento da linguagem e, posteriormente, raciocínio, memória e aprendizado.
Os Primeiros 1000 Dias do bebê

FATORES INTERNOS E EXTERNOS

Os Primeiros 1000 Dias da criança
Atualmente, os estudos sugerem que a nutrição no período da gestação e nos primeiros 2 anos de vida pode determinar efeitos, a curto a longo prazo, na saúde e no bem-estar até a vida adulta. Já se sabe, também, que a genética não é soberana na determinação do potencial de crescimento e desenvolvimento do indivíduo: cerca de 20% dos nossos genes são influenciados por fatores hereditários, enquanto a maior parte deles, até 80%, é influenciada por fatores ambientais como: medicamentos, estresse, infecções, exercícios e a nutrição.



ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
Resultado de imagem para alimentação gestaçãoUma alimentação adequada durante a gestação, associada ao aleitamento materno, à correta introdução da alimentação complementar e à manutenção de bons hábitos alimentares, é requisito básico para o crescimento e desenvolvimento infantil. Os pesquisadores e cientistas estão cada vez mais seguros de que uma boa nutrição e o cuidado com a saúde nos primeiros 1000 dias têm um papel protetor, que ajuda a garantir um futuro no qual as habilidades cognitivas, motoras e sociais estimularão a saúde e o potencial máximo do adulto.




Saiba mais em: http://www.primeiros1000dias.com.br/
(Jang H. Clin Nutr Res, 2014; Prentice AM. Am J Clin Nutr, 2013; Camp KM. J Acad Nutr Diet, 2014; Fernandez-Twinn. Ann N Y Acad Sci, 2010; Lanigan J. Proc Nutr Soc, 2009; WHO Child Growth Standards, 2006; Avaliação nutricional da criança e do adolescente. SBP, 2009; Guedes DP. Rev Bras Educ Fís Esp, 2011; Pedraza FP. Rev Bras Cresc e Desenv Hum, 2011; Braga AKP. Rev Bras Cresc e Desenv Hum 2011; Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola. SBP, 2012; Gluckman. Genome Med, 2010; Godfrey. Trends in Endocr and Metab, 2010; Lillycrop. Proc Nutr Soc, 2011; Waterland. Ann Rev Nutr, 2007; Painter. Reprod Toxicol, 2005; Voight. Nat Gen, 2010; Choquet. Curr Genom, 2013; Hebebrand. Obes Facts, 2010; Bouchard. Am J Clin Nutr, 2009.)
















A Importância do Desenvolvimento na Primeira Infância


A construção de uma sociedade produtiva e próspera está diretamente relacionada com o investimento realizado nos primeiros anos de vida das crianças, mais especialmente nos três anos iniciais, incluindo também a gestação.

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É neste período, de zero até os 3 anos, que se estabelecem as bases do desenvolvimento físico, intelectual e psicossocial da criança e que oferecerão as condições para que se torne um adulto capaz de conduzir com autonomia e prosperidade a sua vida.
Este processo é, em parte, decorrente da determinação genética herdada de pai e mãe. Entretanto, após o nascimento, a criança passa a estabelecer um relacionamento pessoal com seus cuidadores, que na maior parte das vezes são os próprios pais. É justamente este ambiente familiar que irá promover e facilitar o estabelecimento dos vínculos iniciais do bebê.
Como sabemos, o bebê é um ser inteiramente dependente e necessita de cuidados permanentes: alimentação, higiene, estímulos e afeto. Neste sentido, suas vivências emocionais iniciais são bastante ameaçadoras, já que não possui condições próprias de subsistência. A atenção materna por meio da amamentação, dos cuidados alimentares, do acolhimento afetuoso em seus braços, da fala tranquilizadora e amorosa, fazem com que o bebê viva esta experiência de forma segura e se aquiete. A repetição desta continência pelos pais nas horas seguintes, nos dias e semanas sucessivas para as mais variadas situações que surgirem, promoverá na criança o desenvolvimento de habilidades pela experiência vivenciada, tornando-o um indivíduo seguro e capaz de lidar com a complexidade das futuras solicitações.
As boas vivências que a criança compartilhar com seus familiares a partir de então vão moldando o seu desenvolvimento. Inicia-se nesta fase o aprendizado das regras de convivência: o que pode e o que não pode, o que é seu e o que é do outro, entenderá que tem sua oportunidade para falar e deve respeitar quando outro o faz, e assim por diante. É um longo processo que parte das situações mais elementares para as mais complexas. No decorrer deste processo, a criança percebe a necessidade de aprender a cuidar-se e, então, fazer as coisas por conta própria. Inicia-se a percepção de que seus desejos nem sempre serão atendidos; que muitas vezes terá que tolerar o fato de não ser atendido ou de não conseguir o que pretende - mesmo que esteja tentando por suas próprias iniciativas.
Nestas oportunidades, a criança estará lidando com seus sentimentos de frustração, inicialmente desagradáveis, mas muitas vezes úteis e de grande importância para seu desenvolvimento emocional. Ela deverá contar sempre, e principalmente, com a disponibilidade de seus pais, para juntos facilitarem esta caminhada de crescimento emocional.
Por outro lado, quando este processo ocorre de modo inadequado pela não atuação e participação dos pais, a criança não consegue estruturar as melhores condições para lidar com as suas emoções. Poderá se tornar pouco habilidosa para administrar as adversidades naturais do dia a dia, desenvolvendo uma baixa tolerância à frustração, além de comportamentos desviantes e que irão prejudicá-la no seu desempenho como ser social. Isso não favorece ajustes nos seus relacionamentos futuros e gera sensíveis prejuízos no seu desempenho como pessoa.
É fundamental que os pais sejam esclarecidos da importância da sua participação no desenvolvimento dos seus filhos. Necessitam saber que são eles que vão moldar este desenvolvimento e por isso precisam estar atentos e informados para agir da melhor forma.
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Os pais devem buscar informações e orientações para que melhor possam desempenhar suas funções. Conversas dirigidas com seu Pediatra, leitura de livros sobre esses temas e até mesmo a troca de experiências com familiares e amigos são iniciativas que vão ajudá-los a atuar de um modo mais cuidadoso e eficiente na relação com seus filhos.
A criação de filhos não é uma tarefa simples. Pelo contrário, algumas circunstâncias que parecem elementares, muitas vezes trazem consigo condutas complexas com muitas dúvidas agregadas. E como a criança é um ser em desenvolvimento, a cada faixa etária vão surgindo novas situações, exigindo dos pais um ajuste nas suas atitudes.
Felizmente, em nosso país, estamos vivendo um momento bastante especial no qual cresce o interesse e o investimento na primeira infância. Políticas públicas nos âmbitos federal, estadual e municipal vêm se desenvolvendo de modo integrado. Despertamos para a importância do investimento nesta época da vida. Projetos já executados em décadas anteriores em populações com alto índice de vulnerabilidade infantil mostraram evidências de que investir na primeira infância é altamente gratificante a curto, médio e longo prazo: o aprendizado escolar é melhor, há menos delinquência e uso de álcool e drogas, o desempenho profissional na idade adulta é melhor e mais qualificado, refletindo-se numa renda melhor.
Todos nós conhecemos muito bem o valor das novas tecnologias e o quanto elas nos são úteis. Entretanto podemos atualmente adquiri-las com facilidade, mesmo que estejam em outros continentes. As tecnologias já estão inseridas no processo educacional e não fazem mais tanta diferença. Hoje, o que faz a diferença é a educação no sentido amplo, desde os primeiros tempos de vida. E, para isto, os pais precisam estar preparados. Aos pediatras cabe uma parte importante desta tarefa. Boa sorte a todos nesta árdua e fascinante missão.
Autor: Departamento Científico do Comportamento e Desenvolvimento (Sociedade Brasileira de Pediatria)
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria